Educação inclusiva: Física: Momento de Força
Uma sugestão de atividade prática para ensino do conteúdo de Momento de Força no contexto da educação inclusiva
A prática educacional inclusiva tem por objetivo principal estabelecer a igualdade de possibilidades e oportunidades no âmbito da educação. Sendo assim, estas devem suportar o processo de aprendizagem para os estudantes deficientes e não-deficientes em um mesmo ambiente de troca e construção coletiva do conhecimento.
A prática proposta nesse conteúdo visa responder a pergunta a seguir, mas deve ser adaptada para atender as diferentes necessidades oriundas das especificidades do contexto onde serão aplicadas. Logo, este material deve ser visto como uma ideia para a idealização de novas práticas e não como uma solução definitiva e aplicável para todos os enredos possíveis de se encontrar dentro da sala de aula.
Como ensinar, de forma prática, o conteúdo de Momento de Força de forma a atender alunos deficientes e não-deficientes em um mesmo espaço utilizando recursos de baixo custo?
Definindo o problema
Do Brasil Escola, define-se o momento de uma força:
“Quando temos um corpo sujeito à ação de forças de resultante não nula, o corpo pode adquirir tanto movimento de rotação quanto movimento de translação, isso ocorrendo ao mesmo tempo. Sendo assim, podemos definir o momento de uma força como sendo uma grandeza associada ao fato de uma força fazer com que um corpo (ou objeto) gire.”
Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/momento-uma-forca.htm
Racional da atividade
Dado o conceito de momento de uma força, podemos fazer analogia com as gangorras, normalmente encontrado em parques, onde sentam-se uma pessoa em cada uma das pontas e estas ficam pendulando de para baixo e para cima devido aos seus pesos.
Provavelmente você já brincou em uma dessas, não é mesmo? Alguma vez já tentou, junto com seu companheiro na brincadeira, manter um ou outro sem conseguir encostar os pés no chão? Ou mesmo, tentar manter a gangorra em equilíbrio?
Pois bem, esta é a ideia da prática em questão. Brincar com diferentes pesos e diferentes distâncias a fim de inferir a função matemática que explica esse fenômeno:
Momento = Força (peso) x Distância até ponto de apoio
Material
Você pode usar quaisquer materiais que tenha em mãos, inclusive o próprio brinquedo do parquinho da escola (lembre-se que todos os alunos devem conseguir utiliza-lo com segurança). O importante é que tenhamos:
- Um ponto de apoio estável
- Uma prancha para servir de gangorra que se adeque ao apoio
- Objetos iguais ou com pesos comparáveis que se adequem a prancha
- Algo para medir a distância entre o peso e o apoio, podendo ser uma régua, uma linha ou até mesmo uma escala criada por vocês. Esse instrumento deve ser suficiente para comparar as distâncias entre os pesos
Como sugestão, use um pacote de palitos de picolé. Este material tem baixo custo, pode ser facilmente encontrado e é reutilizável para esta ou outras práticas
Prática
Você pode facilitar a prática da forma que achar mais eficiente para seus alunos, mas deixo como sugestão alguns desafios que podem ser usados e como resolvê-los (usarei os palitos de picolé como material, ok?):
- Como equilibrar um palito de cada lado da gangorra?
- Como equilibrar dois palitos de um lado da gangorra usando apenas um palito do outro lado?
- Como usar a gangorra como balança?
Para tornar a experiencia interessante, deixe que eles debatam, pensem, testem, errem e acertem. Assim eles poderão criar relações com suas próprias experimentações e vivências prévias e construam juntos uma solução. Se eles não evoluirem, dê dicas e não respostas…
Todos os desafios propostos se baseiam em encontrar o equilíbrio de forças na gangorra. Para isso, o aluno deve mover o ponto de apoio, mudando a distância em que os pesos são aplicados em relação a ele. Quando encontrar a resposta, de forma experimental, para o primeiro desafio, peça aos alunos para medirem as distâncias e os pesos utilizados. Esta é uma ótima dica para resolver os próximos desafios mais complexos, não é mesmo?
Não há a necessidade de medir com exatidão, então pode-se marcar a prancha com uma canetinha onde estão os pesos e o ponto de apoio, cortar pedaços de uma linha ou qualquer outra forma de medir. O importante é poder comparar essas distâncias de forma suficiente para vislumbrar proporções.
Enquanto a medição dos pesos, o uso de um mesmo objeto facilita a comparação de forma proporcional. Isso torna a experiência mais lúdica e se atem menos a medições, diminuindo a complexidade e facilitando inferências.
Ao final pretense-se que os alunos concluam algo do tipo: se eu dobrar a distância entre o ponto de apoio e o peso, posso diminuir o peso pela metade para conseguir um mesmo momento de força.
Aplique esta prática com seus alunos, seus filhos ou colegas e conte como foi sua experiência aqui nos comentários. Foi divertido? Chegaram no resultado esperado? Faltou algo aqui que poderia ajudar a compreender melhor?
Até a próxima…